quinta-feira, 31 de julho de 2014

Vai com tudo 1037 !!!






We're delighted to confirm your place in the Haute Route 2014
Your bib number is:
1037
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Thanks for choosing to ride the Haute Route and we are looking forward to seeing you soon.


terça-feira, 22 de julho de 2014

Audax 200k Urbano - Rio de Janeiro

Distância percorrida: 193km
Altimetria: 2.893m
Cadência média: 74 rpm
Batimentos médio: 143 bpm
Tempo em movimento: 8:48hs
Tempo total: 9:51hs
Calorias consumidas: 4.559
Força estimada: 4.089 kJ
Colocação: 5o lugar

Foi o mais duro da série até hoje...

A prova tem uma altimetria malvada. Muita altimetria no começo, quase 2000m em menos de 50km, já tira um bom gás para o resto da prova. E depois de 130km  nas pernas uma serrinha curta em km (Cabritos em Guaratiba/Grumari), mas acho que foi a mais dura que pedalei. Trechos acima de 15% e média de uns 10% que quase andei pra trás mesmo em pé e fazendo força. Achei que teria que descer e empurrar. Só que não...

E por ser urbano, é preciso ter atenção redobrada na travessia de pedestres e cruzamento de carros. Ou seja, precisa ficar bem esperto para não morrer e nem matar ninguém. Só isso já me deixa mega tenso, pois sempre tento minimizar tais riscos escolhendo lugares mais calmos para pedalar, mas nesse caso, já que decidi fazer, não tinha jeito. Esse Audax era fundamental no meu ciclo de treinamento para o Haute Route.

É uma prova com vários trechos esburacados, paralelepípedos, asfalto liso, quebra-molas, terra, areia, mas com um visual muito especial. Seria um roteiro turístico maravilhoso, mas eu, sinceramente, nem pude apreciar muito. Me lembro de alguns flashes de visuais paradisíacos das nossas montanhas e praias. Pra quem é de fora e não tava na loucura de pedalar forte deve ter sido maravilhoso. Alem de toda a beleza natural dessa época do ano, que acho a mais bonita no Rio, sábado choveu e domingo, dia da prova, o tempo clareou, ficando mais bonito ainda. Um azul lindo, cor de infinito.

Nessa provas longas, chega uma certa hora que a gente não sabe bem o que está fazendo. É uma entorpecência que te deixa meio retardado. O rendimento não cai, mas atenção fica tão focada no pedal e, nesse caso, no trânsito que todas as outras coisas passam meio despercebidas.

Outra sensação que rolou dessa prova foi uma ansiedade diferente. Já explico... Nas provas anteriores, não conhecia o trajeto bem com conheço a cidade do Rio. E como é um trajeto urbano, passamos por ruas e avenidas, e não estradas. Ok, mas o que quer dizer, isso? Nas outras provas, a ansiedade vem pelo desconhecimento. Fico conversando comigo: "Quando essa estrada vai terminar? Onde será que termina essa subida? E nessa prova, sabia exatamente onde a gente ia passar, assim como suas dificuldades e distâncias. E quando se fala de distâncias rodoviárias (200km) dentro de uma cidade, o deslocamento entre bairros vira uma loucura inimaginável. Isto é, ninguém em sã consciência não faz esses deslocamento nem de carro. Passamos por praticamente todos os principais bairros do Rio: Laranjeiras, Catete, Centro, Tijuca, Rio Comprido, Estácio, Alto da Boavista, Horto, Jardim Botânico, Leblon, São Conrado, Barra da Tijuca, Recreio, Macumba, Guaratiba, Grumari, entre outros. E vários deles passamos na ida e na volta. Só de ler a lista dá cansaço, não? Ficar exercitando mentalmente esse percurso cansa e gera ansiedade.

Alias, senti na pele, ou melhor, nas pernas, como é critico e fundamental um equilíbrio psicológico em provas de longa duração. Teve um momento em que me perdi no percurso, perdi tempo, fiquei confuso. Isso me deixou bem chateado. Junto com o cansaço, fui desanimando. Diminui o ritmo e senti as pernas ficando mais cansadas. Mas ai vem o outro lado, num outro trecho, num ponto de controle, tive uma surpresa feliz. Uma pessoa muito importante que sempre me apoiou das mais diversas formas e que não a via há algum tempo, me fez uma visita surpresa. Foi um momento de felicidade pra um confuso combalido. Resultado: sai pedalando dali sem nenhum cansaco nas pernas. Subi a ultima serra (da Estrada do Joa) como se fosse a primeira. Cheio de energia e forca nas pernas. Incrível, parece mentira, mas não é. Dali pra frente, os últimos quase 50km passaram voando.

Minha conclusão: imprevistos fazem parte. Preciso buscar animo em mim mesmo, sozinho, para contornar tais situações, pois hoje vejo e sinto que tenho capacidade física para aguentar desafios do Haute Route. Mas pra isso a cabeça precisa estar bem boa e focada, sem devaneios. E acreditando e capturando a energia positiva de muita gente que me quer bem para superar as dificuldades esperadas e, especialmente, as inesperadas.


Feliz, cansado e entorpecido